Conferência Estadual discute os desafios da implementação de políticas para pessoas com deficiência
Começou, nesta quarta-feira, 17/11, a V Conferência Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência, evento que vai debater as dificuldades, atuais e futuras, de implementação das políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência em Minas Gerais.
Organizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), em parceria com o Conselho Estadual dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Conped), a conferência reúne, entre os dias 17 e 19 de novembro, representantes do governo, de entidades e da sociedade civil para debater a reformulação e a adequação das políticas públicas estaduais relativas aos direitos à acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência.
Com o tema “O Cenário Atual e Futuro na Implementação dos Direitos das Pessoas com Deficiência: Construindo um Brasil mais inclusivo”, a Conferência deste ano será realizada de forma on-line devido à pandemia de Covid-19, com transmissão pelo Youtube da Sedese.
Antes da abertura do evento, o Coordenador Estadual de Articulação e Atenção à Pessoa com Deficiência, Cláudio Oliveira, apresentou os representantes de diferentes órgãos e, em seguida, passou a palavra para o intérprete que realizou a audiodescrição dos integrantes da mesa, um importante recurso de inclusão e acessibilidade. Toda a transmissão também contou com o intérprete de libras.
O presidente do Conped, Roberto Carlos Pinto, fez a abertura oficial da V Conferência Estadual destacando a importância de descentralizar as discussões: “A realização da conferência se configura como uma grande oportunidade para as discussões e contribuições democráticas. Elas se mostram como um caminho possível para que a política se descentralize e chegue de fato aos municípios de maneira eficaz e sensível às características da multiplicidade das pessoas com deficiência”.
Roberto Carlos agradeceu ainda o apoio da Sedese nos trabalhos desenvolvidos pelo Conped e para a realização da conferência, ressaltando as dificuldades diante de inúmeros desafios, sobretudo por conta da pandemia de Covid-19.
Em seguida, a Chefe de Gabinete da Sedese, Gabriela Gervason, reforçou os obstáculos impostos pela pandemia. “A pandemia nos apresentou um enorme desafio em todos os campos em que a Sedese atua, em especial em relação à realização das conferências. Hoje nós podemos dizer que temos um modelo que garante a participação popular, independente dos tempos e adversidades que estejamos vivendo”.
A Chefe de Gabinete destacou o papel das conferências ao se configurarem como espaços únicos para o debate e para a construção conjunta das políticas públicas. Para Gabriela Gervason, o estabelecimento desses espaços são resultado direto do importante trabalho desenvolvido pela Sedese: “Essa gestão acredita demais na escuta acima de tudo. A secretária Elizabeth Jucá sabe exatamente a importância de ouvir quem está lá na ponta, quem está próximo daqueles para quem a política pública se destina, para quem ela está sendo construída e pensada”, destacou.
O Subsecretário de Direitos Humanos, Duílio Campos, desejou uma boa conferência a todos e enfatizou que as conferências “são um mecanismo importante pelo papel pedagógico, proposição de ações e acompanhamento da política por parte dos movimentos sociais, da sociedade civil organizada, bem como dos órgãos colegiados e conselhos que são condutores desse processo de construção coletiva, base de uma democracia participativa.”
Também participaram da mesa de abertura o Presidente da Comissão da Pessoa com Deficiência, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Deputado Wendel Mesquita, a promotora do Ministério Público de Minas Gerais, Vânia Samira Doro, e o representante dos Conselhos Municipais, Genadir João de Oliveira.
A programação seguiu com a leitura do relatório de aprovação do Regime Interno (documento que vai orientar os trabalhos das comissões nos próximos dias do evento), pelo Presidente do Conped, Roberto Carlos Pinto. Em seguida, a Procuradora-Geral do Ministério Público do Trabalho e membro da Associação Nacional do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e da Pessoa com Deficiência, Maria Aparecida Gugel, ministrou a Palestra Magna.
Maria Aparecida Gugel salientou a importância de as conferências estarem em pleno funcionamento nos estados, uma vez que desempenham o papel de proporcionar a participação popular. Para a Procuradora-Geral, é preciso falar sobre acessibilidade e o significado real dela na vida das pessoas com deficiência: “Sem acessibilidade não há condições de usufruir e acessar um direito, qualquer que seja ele.”
Programação
À tarde, a programação foi dedicada a palestras divididas em cinco eixos temáticos.
Eixo 1: Estratégias para manter e aprimorar o controle social assegurado à participação das pessoas com deficiência;
Eixo 2: Garantia do acesso das pessoas com deficiência às Políticas Públicas;
Eixo 3: Financiamento das Políticas Públicas da pessoa com deficiência;
Eixo 4: Direito e acessibilidade;
Eixo 5: Desafios para comunicação universal.
A partir do Regimento Interno e do Consolidado de Propostas das Conferências Municipais, os grupos de trabalho vão discutir propostas para melhoria das políticas públicas para promoção dos direitos da pessoa com deficiência em âmbito estadual e nacional.
Na manhã de quinta-feira, 18/11, os grupos de trabalho voltam a se reunir para a definição das 10 propostas estaduais e 10 propostas nacionais que vão compor o Relatório Final do evento. Já na parte da tarde, a plenária elegerá a delegação que representará Minas Gerais na edição nacional da conferência.
Na sexta-feira, 19/11, a programação de encerramento começa às 10h, com a Plenária Final, onde serão referendadas as propostas nacionais, os delegados eleitos e as moções.