Iniciativa pioneira cria índice para orientar políticas públicas mais eficazes no combate à pobreza
O protagonismo de Minas Gerais na construção de políticas públicas inovadoras e baseadas em evidências foi mais uma vez reconhecido em nível nacional. A experiência mineira com o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM Minas), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), foi destaque no seminário nacional Sexta com Debate.
Marina Naves Batista, do Escritório de Dados da Sedese, foi convidada para apresentar o IPM Minas no evento. “Levar a experiência do IPM Minas para um debate nacional é uma oportunidade ímpar de mostrar como a gestão baseada em dados pode transformar a realidade das famílias mais vulneráveis”, afirma Marina. “Nosso objetivo é ir além dos números de renda e entender as privações em sua totalidade para agir de forma mais precisa e humana”, ressalta.
Inovação na mensuração da pobreza
Fruto de uma construção técnica robusta, o IPM Minas foi desenvolvido pelo Escritório de Dados da Sedese em parceria com o Banco Mundial, com consultorias da Wiser Responder e validação metodológica de pesquisadores da Universidade de Oxford – criadora do conceito original de pobreza multidimensional.
O diferencial da metodologia está em superar a visão restrita de pobreza baseada apenas em renda. O índice combina 12 indicadores socioeconômicos organizados em quatro dimensões: saneamento básico, educação, padrão de vida e trabalho. Essa abordagem permite identificar com maior precisão as privações que afetam as famílias.
Impacto prático para as políticas sociais
Com base nos dados do Cadastro Único, o IPM Minas tem se mostrado uma ferramenta estratégica para o planejamento e a implementação de políticas públicas estaduais, priorizando territórios e populações em situação de maior vulnerabilidade.
Na prática, o índice já orienta ações concretas do governo estadual. O Programa Percursos Gerais, por exemplo, utilizou o IPM para selecionar os 56 municípios participantes de seu segundo ciclo. A expansão do Programa Leite Pela Primeira Infância também usou o índice para definir os municípios prioritários. Além disso, o programa SOS Águas tem utilizado o IPM para a distribuição de cartões humanitários. Essa aplicação direta da ferramenta favorece uma gestão pública mais estratégica, eficiente e centrada nas pessoas.
Reconhecimento nacional
O seminário Sexta com Debate é promovido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e, esta edição, contou ainda com a participação de Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), além de Antônio Claret, gerente de pesquisa da Wiser Responder.
A participação de Minas Gerais no Sexta com Debate reforça o pioneirismo do estado na adoção de indicadores multidimensionais para enfrentar a pobreza. O convite para compartilhar essa experiência demonstra a relevância do trabalho desenvolvido e amplia a troca de conhecimento com outras unidades da federação, fortalecendo a agenda nacional de combate às desigualdades.
O seminário completo pode ser assistido clicando aqui.
Este não foi o primeiro reconhecimento nacional do IPM Minas. A ferramenta já havia sido destacada na 39ª edição do Caderno de Estudos: Índices Multidimensionais de Pobreza, publicação de referência na área de políticas sociais, que ressaltou o pioneirismo mineiro, a robustez metodológica e a contribuição do índice para a construção de políticas públicas mais eficientes e sensíveis à realidade das famílias.