Encontro reuniu Governo de Minas e representantes britânicos para discutir mineração responsável e inclusão social no Vale do Jequitinhonha
O Governo de Minas e representantes do Serviço Geológico Britânico se reuniram para discutir caminhos de desenvolvimento sustentável para a região do Vale do Jequitinhonha. A iniciativa integra a parceria entre Reino Unido e Brasil para apoiar o planejamento de uma infraestrutura resiliente ao clima, de baixo carbono e socialmente inclusiva.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), por meio do Escritório de Dados, participou do Workshop GCIEP (Green Cities, Infrastructure and Environment Programme), realizado na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte no dia 24/11. O encontro marcou o início da agenda presencial do British Geological Survey (BGS) no Brasil e busca fortalecer a governança ambiental, além de alinhar estratégias para uma mineração responsável do lítio, considerando impactos e oportunidades para as comunidades locais.
Durante a reunião, representantes da Sedese e das Secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Meio Ambiente (Semad), Infraestrutura (Seinfra), Casa Civil e do BGS discutiram desafios, marcos regulatórios e necessidades de infraestrutura nos municípios do Vale do Lítio.
Os temas abordados incluíram licenciamento ambiental, segurança hídrica, disponibilidade de dados para gestão, planejamento territorial e estratégias para o desenvolvimento socioeconômico da região.
Programação
O Governo Britânico abriu as apresentações com uma contextualização do projeto. Em seguida, a Sede detalhou o planejamento do Programa Vale do Lítio e do Plano Estadual de Mineração (PEM), destacando diretrizes para promover desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade. A Fundação João Pinheiro (FJP) apresentou os resultados da Nota Técnica sobre a exploração de lítio e seus potenciais efeitos no Jequitinhonha.
O Escritório de Dados da Sedese apresentou indicadores de pobreza social por meio do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), evidenciando desigualdades e vulnerabilidades de comunidades tradicionais presentes nos municípios prioritários. Os dados reforçaram a necessidade de integrar políticas sociais às ações de infraestrutura e às estratégias de mineração responsável, para garantir que o crescimento econômico se converta em melhorias concretas na qualidade de vida da população.
A programação seguiu com a Semad, que detalhou regras e restrições do licenciamento ambiental em Minas, apresentando a situação dos empreendimentos de lítio, como Sigma Lithium, Pilbara Minerals, MGLIT/Lithium Ionic, Atlas Lithium e CBL, e informações sobre segurança hídrica, com base no Plano Estadual de Segurança Hídrica.
Já a Seinfra expôs os avanços e necessidades de infraestrutura na região, incluindo intervenções em aeroportos, obras rodoviárias e demandas estruturais apresentadas pelos municípios.
A Sedese encerrou a rodada de apresentações reforçando os indicadores sociais e as condições de vida de comunidades tradicionais nos territórios diretamente impactados pelos projetos minerários.
O workshop foi finalizado com um debate e uma roda de conversa, consolidando o compromisso conjunto entre Minas Gerais e o governo britânico para promoção de ações coordenadas, sustentáveis e baseadas em evidências. A proposta é assegurar que o desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha ocorra de forma justa, ambientalmente responsável e socialmente inclusiva.


