Iniciativa pioneira liderada pela Sedese valoriza o protagonismo das mulheres dentro e fora do esporte
Um projeto pioneiro do Governo de Minas, liderado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), vai redefinir os padrões para o futebol feminino no estado, desenvolvendo uniformes esportivos pensados exclusivamente para mulheres e mudando uma prática comum de adaptar modelos masculinos para as atletas.
A proposta representa mais um avanço na valorização do esporte em Minas Gerais, estado que será uma das principais sedes da Copa do Mundo de Futebol Feminino 2027. Além de melhorar o conforto e a performance das jogadoras, a iniciativa impulsiona a cadeia produtiva local, envolvendo mulheres atendidas pelo Trajeto Moda, projeto da Sedese que promove a transformação profissional de mulheres em situação de vulnerabilidade econômica e social em cidadãs qualificadas no ofício da costura, alinhado às habilidades empreendedoras.
A secretária de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais, Alê Portela, vislumbra impactos positivos desta ação para o esporte e para as atletas.
"Fortalecer o futebol feminino vai muito além de estimular a prática esportiva, é também dar condições dignas para que as mulheres tenham protagonismo dentro e fora do campo. Este projeto é um grande passo para garantir mais visibilidade e respeito ao esporte feminino em Minas, criando uniformes que aliam tecnologia, conforto e representatividade", destaca a secretária Alê Portela.
A iniciativa é fruto de uma articulação com diversos setores, incluindo a fábrica de uniformes CSA Sports, a Federação Mineira de Futebol (FMF), além de clubes como Cruzeiro, Atlético, América e Itabirito. A expectativa é de que, a partir de 2026, a iniciativa receba incentivo estadual por meio de emendas parlamentares, garantindo a continuidade e expansão.
Voz feminina é protagonista
O design dos uniformes foi desenvolvido pelo estilista Thiago Mirandes, com participação direta de atletas e árbitras, que contribuíram com opiniões para tornar o resultado mais funcional, moderno e representativo. O processo contou ainda com a participação de alunas do Trajeto Moda, que participaram da escuta das atletas e visitaram a fábrica da CSA para conhecer todas as etapas da produção.
Thaís Helena da Silva, goleira do Atlético, celebra a criação do novo uniforme, que representa um avanço para o futebol feminino. "Essa iniciativa é muito relevante para a modalidade, que ainda é muito carente com relação à falta de estrutura. A gente pega as sobras do masculino. Em questão de tamanho, são uniformes fora do padrão feminino, então, essas correções são muito importantes”, avalia a atleta.
A jogadora Thalita Soares, do Itabirito Futebol Clube, celebra a oportunidade de participar do processo criativo e ressalta a importância do novo uniforme. "É muito legal ver o começo dessa história. A iniciativa do Governo de Minas é excelente! Para a gente, que já usou material masculino, ter um uniforme no nosso molde, no nosso formato de corpo, que seja leve, priorizando o que o feminino tem de melhor, é excepcional", afirma.
A árbitra Andreza Siqueira, do quadro da Federação Internacional de Futebol (Fifa), lembra as dificuldades do passado e reforça a importância da mudança. "O futebol feminino sempre foi deixado um pouco de lado. A gente usava uniformes de homens e tinha que ajustar. Ter essa iniciativa é muito importante, porque está sendo construído um uniforme específico para o corpo feminino, que vai dar mais flexibilidade nos nossos movimentos, no nosso trabalho e na nossa performance", explica Andreza.