Em clima de superação, as mulheres que participaram do piloto do Projeto Trajeto Moda receberam o certificado de conclusão de curso em solenidade realizada na Biblioteca Pública Estadual, nesta sexta-feira (12/11), em Belo Horizonte.
O evento contou com a presença da secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá, da coordenadora do Projeto de Extensão “Remodelando Perspectivas”, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Daise Menezes Guimarães, da analista do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Camila Mattarelli de Abreu e Silva, da defensora pública e coordenadora Estadual de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres, Samantha Vilarinho Mello Alves, da gerente de Relacionamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac Minas, Cintia Gomes da Costa e Silva, da estilista Thalita Rodrigues, e da presidente da Associação Comunitária da Mulher da Vila Nossa Senhora Aparecida de São Lucas, Antônia Maria Braga de Assunção, além de parceiros institucionais, empresariais e profissionais do segmento.
Durante o evento, a secretária de Desenvolvimento Social de Minas Gerais, Elizabeth Jucá, ressaltou a forma inovadora como o projeto foi conduzido, “fora da caixa”, nas palavras da secretária, uma vez que foi viabilizado por meio de parcerias, praticamente sem verbas públicas. “Foi algo inovador para nós também. Vocês nos mostraram que nós também podemos fazer diferente e mudar a vida das pessoas”, disse dirigindo sua fala às participantes.
O projeto piloto envolveu a participação de 17 mulheres, sendo dez residentes da capital, da Associação Comunitária de Mulheres da Vila Nossa Senhora Aparecida de São Lucas, e sete líderes dos seguintes municípios do estado – Almenara, Divinópolis, Muriaé, Teófilo Otoni, Governador Valadares, Montes Claros e Salinas, que foram abrigadas na moradia universitária UFMG, durante a realização do curso.
De agosto a novembro, as integrantes receberam capacitação em corte e costura, oferecido em parceria com o Senac, além de formação em liderança, associativismo, vendas, conhecimentos sobre o mercado da moda, identificação de ciclos de violência de gênero e empoderamento feminino.
A secretária Beth Jucá ressaltou que o projeto vai além de um fator de empoderamento das mulheres, com potencial de ser um multiplicador de oportunidades nos munícipios, e que o desafio está só começando. “Precisamos chegar em mais mulheres, e eu conto com vocês neste processo para termos uma Minas mais inclusiva, com menos violência para as mulheres e com mais geração de renda”, concluiu Elizabeth Jucá.
Em sua fala representando as colegas, a participante de Montes Claros, Lidinalva Fernandes de Araújo, refletiu sobre a condição da violência feminina: “a maior violência quem comete somos nós mesmas, quando não defendemos nossos direitos. Muitas mulheres são vítimas de violência porque não descobriram o valor que têm. O Trajeto Moda me ensinou o trajeto vida. Saio com uma nova trilha para seguir”, concluiu.
Os modelos criados pelas participantes foram expostos no saguão da Biblioteca Pública Estadual. A segunda etapa do Trajeto Moda prevê a estruturação de células produtivas autossustentáveis voltadas para a confecção de peças de moda nos municípios-sede.
Trajeto Moda
O Trajeto Moda é uma iniciativa que integra o Programa Percursos Gerais: Trajetória para Autonomia, desenvolvido pela Sedese, por meio da Subsecretaria de Trabalho e Emprego (Subte) e da Coordenadoria das Mulheres (Subdh). O objetivo é promover a independência financeira das mulheres em situação de vulnerabilidade social, de forma que possam romper o ciclo de abuso físico, psicológico e financeiro.