Localizado no coração de Juiz de Fora, o tradicional Parque Halfeld sediou, nos dias 6 e 7 de maio, a Feira de Economia Popular Solidária das Regionais de Minas Gerais. O projeto, executado pela Sedese, alcança as 15 regiões com Fóruns de Economia Popular Solidária. Já foram realizadas, desde 2019, 10 feiras regionais, e até o fim do ano está prevista a realização mais 5, além de uma Feira Estadual na Região Metropolitana.
Quem esteve presente para prestigiar o início das atividades que retornam após dois anos suspensas, em virtude das restrições sanitárias da pandemia de COVID-19, foi a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Elizabeth Jucá. Natural da cidade, Beth fez questão de visitar e conversar com os expositores locais. “Estou muito feliz em estar aqui, na minha cidade que eu amo tanto. E eu queria destacar a importância dessa feira para as cidades da região. A economia popular solidária é a estratégia que liga o desenvolvimento econômico ao desenvolvimento social. E nós temos uma teoria: não adianta trabalhar desenvolvimento econômico se não tiver desenvolvimento social”, destacou a secretária.
Com duração de mais de 6 horas, cerca de 30 empreendimentos locais e de cidades que compõem a Zona da Mata expuseram seus trabalhos. O artesão Sebastião Severino, da cidade de Bias Fortes, comemorou muito o retorno da feira. “É uma emoção estar de volta. Fiquei quase louco dentro de casa na pandemia. Então, estar aqui trabalhando e vendo pessoas é muito gratificante. Quando eu comecei a expor, eu tinha outra renda, mas agora eu vivo dessas feiras. Não tem como estar mais feliz”.
Maria Geralda de Souza, presidente do Consea/JF e membro da Associação de Reciclagem e Artesanato em Juiz de Fora (Lixarte), destacou que a feira é muito importante para os trabalhos confeccionados na Lixarte, para trazer um pouco da sustentabilidade através do artesanato e da reciclagem. “Hoje estamos com o brechó da associação que também é uma forma de nos reciclarmos”, destacou.
O secretário de Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo de Juiz de Fora, Ignácio Delgado, afirmou que a instituição está “trabalhando para criar condições para que a economia popular solidária seja um veículo de integração das cooperativas, das pessoas no meio produtivo para gerar trabalho, renda e vida digna para todo mundo”.
Durante o evento, Elizabeth Jucá fez questão de conversar com os expositores e membros das associações locais, a fim de entender suas dores para melhorar as ações ligadas à economia popular solidária. Além das barracas dos expositores, os visitantes puderam apreciar shows musicais com artistas locais e uma pequena praça de alimentação.
Nos mesmos dias ocorreu em Governador Valadares, na Praça dos Pioneiros, a Feira Regional contemplando os municípios da região do Vale do Rio Doce. O Subsecretário de Trabalho e Emprego da Sedese, Raphael Vasconcelos, esteve presente e ressaltou a importância do envolvimento e articulação dos 28 empreendimentos que estavam presentes. “A organização do fórum e dos empreendimentos solidários é fundamental para que esta não seja uma ação isolada, e ganhe cada vez mais autonomia, para que seja um movimento permanente em todas as regiões do estado”.
Expositores de BH celebram o retorno da feira na Cidade Administrativa
Na última sexta (6/5), a secretária Elizabeth Jucá visitou a exposição da Feira de Economia Popular Solidária na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte. O evento marca o retorno dos feirantes após a suspensão das atividades devido à pandemia da Covid-19.
A artesã Maria Cristina Gentil comemorou bastante a ocasião. Ela conta que participa da feira desde a primeira edição. “A feira é tudo! Toda minha renda vem da feira. Esse período de pandemia foi difícil, quase entrei em depressão. Nem queria pegar mais nas máquinas de costura. Tudo o que tiro vem daqui. Eu paguei meu carro, meu consórcio, com o dinheiro da feira”.
Kelly Cristina, que expõe há mais de três anos no local, também se mostrou bastante otimista. “Tivemos que parar por conta da pandemia, mas agora voltamos com tudo. Hoje eu já vendi quase tudo e ainda nem estamos na metade do dia”, destacou.
Durante a visita, a secretária aproveitou para conversar com cada expositor e felicitá-los pelo retorno. “Sejam bem-vindos de volta. Agora vocês vieram para ficar. Muito sucesso para vocês”.
Proposta de Emenda à Constituição da Economia Solidária é aprovada pelo Senado
No fim do mês passado, o Senado aprovou em segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Economia Solidária. A PEC inclui a economia solidária entre os princípios da ordem econômica constitucional. A proposta tem um viés de redistribuição de renda no processo de produção e consumo.
A PEC já havia sido aprovada em primeiro turno no Senado em dezembro do ano passado. Agora, segue para a Câmara. A base da economia solidária são os empreendimentos coletivos (associação, cooperativa, grupo informal e sociedade mercantil). Atualmente, no Brasil, existem cerca de 30 mil empreendimentos solidários em vários setores da economia que geram renda para mais de 2 milhões de pessoas.
Em seu relatório, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que o movimento da economia solidária busca combater a miséria e o desemprego gerados pela crise econômica que atingiu o Brasil na década de 1980.
“Com o passar do tempo, o movimento da economia solidária se transformou em um modelo de desenvolvimento que promove não só a inclusão social, mas constitui uma alternativa ao individualismo exacerbado”, disse Vieira em seu relatório.
*Com informações da EBC.
Confira abaixo quais sãos as próximas cidades que vão receber a feira.









